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Começou a Temporada 2021

Tem início nesta quarta-feira, 06/01, a temporada 2021 dos circuitos profissionais masculino e feminino do tênis internacional.

O evento inaugural ocorre em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, com o torneio WTA Women’s Tennis Open que faz parte do WTA Tour na categoria WTA-500 e tem como cabeças de chave de simples dezessete tenistas do TOP 100 no Ranking WTA e ostenta grandes nomes como, por exemplo, Sofia Kenin, Elina Svitolina, Karolina Pliskova, Aryna Sabalenka (para citar somente as atletas TOP 10 confirmadas). As chaves principais do torneio tem início hoje, 06/01, enquanto os qualys foram iniciados ontem.

Na sequência, teremos os eventos inaugurais da ATP, nos Estados Unidos (Delray Beach Open) e na Turquia (Antalya Open) cujas chaves principais tem início nesta quinta-feira, 07/01. Os três eventos seguem até o dia 13/01 fechando o mês de janeiro e deixando o calendário da segunda quinzena de livre.

Este período livre de eventos será necessário para permitir que os atletas se desloquem para a Austrália e cumpram a quarentena de 15 dias exigida pelas autoridades de saúde daquele pais para que possam disputar 05 grandes torneios programados para ocorrer em solo australiano durante o mês de fevereiro: ATP Cup, Melbourne 1 e Melbourne 2, WTA 250 Melbourne, além do primeiro Grand Slam do ano, o Australian Open.

Fechando o mês de fevereiro teremos dois torneios da série ATP 250, o primeiro na França – Open Sud de France – e o segundo na Argentina, o Cordoba Open.

Março fecha o primeiro trimestre com o nove torneios ATP e sete WTA, dentre eles o torneio holandês ABN AMRO World Tennis Tournament e o mexicano Abierto Mexicano Telcel Presentado Por HSBC, ambos da série ATP-500. Na série WTA-500, teremos o Qatar Total Open 2021 e o torneio St. Petersburg Ladies Trophy. Estão confirmados também os torneios combinados WTA/ATP Dubai Duty Free Tennis Championships (WTA-1000 e ATP-500) e Miami Open presented by Itaú (ATP-1000 e WTA-1000)

Na série ATP-250, estão confirmados o Abierto GNP Seguros no México e o Chile Dove Men+Care Open, dentre outros.

O restante da temporada 2021 no ATP Tour foi totalmente confirmada e deve ocorrer conforme calendário divulgado.

A realização de todos estes eventos em meio à pandemia COVID-19, só foi possível graças a um grande esforço conjunto e sem precedentes por parte das entidades internacionais do tênis e das autoridades regionais e centrais das cidades sedes dos torneios. Somente um grande empenho de todos esses atores seria capaz de garantir a estabilidade da temporada, assim como a confirmação da maioria dos eventos.

Mas se no cenário internacional as coisas parecem se acertar, a situação do Brasil não é nada animadora. Como se o adiamento do Rio Open não fosse o suficiente, à exceção do circuito infantojuvenil brasileiro, até o presente não há confirmação dos torneios por parte da CBT.

O que traz à tona fato amplamente discutido de que o tênis brasileiro carece de maior atenção por parte de suas entidades representantes e, principalmente, do Poder Público.  É passada a hora das autoridades brasileiras compreenderem que o TÊNIS é sim um esporte de grande relevância no país, seja pela grande presença do público aos grandes eventos disputados em terras nacionais, seja pelo grande número de adeptos e jogadores no país ou seja, principalmente, pelo caráter transformador da realidade social de crianças e adolescentes atendidos pelos escassos projetos sociais mantidos, em sua maioria, pelo esforço individual de grandes brasileiros, como é o caso de alguns de nossos ex-jogadores.

É premente que que nossas lideranças políticas percebam que a aplicação do tênis como elemento socializador e transformador da realidade dos jovens brasileiros não é algo intangível ou complexo. Isto não é tarefa tão difícil de entender, uma vez que outros esportes, como o futebol, o vôlei e as artes marciais, vêm desempenhando este papel na vida dos brasileiros há algum tempo. Com o tênis não seria diferente, bastaria um pouco de esforço e a reserva de recursos financeiros para que o esporte se transformasse em mais uma ferramenta de assistência social que hoje não é utilizada por falta de incentivo.

Não existe nenhuma barreira para a adoção desta prática, pois até mesmo nossos vizinhos sul-americanos como a  Argentina e o Chile que além de confirmaram seus torneios do ATP Tour para a temporada 2021, possuem um histórico de fomento ao esporte. No caso argentino, mesmo atravessando uma longa crise econômica, o país vem mantendo o apoio ao tênis e consequentemente, continua formando novos atletas capazes de adentrar orgulhosamente a elite do tênis mundial.

O apoio dispensado pela Argentina a seus atletas pode ser confirmado inclusive com a presença de um tenista no Top 10 do ranking mundial, Diego Schwartzman, que disputou em 2020 o ATP Finals e figura na posição de número 9 do mundo.  Dentre os Top 100, além de Schwartzman, nossos vizinhos tem, também, Guido Pella (44º), Federico Delbonis (77º), Juan Ignacio Londero (81º) e Federico Coria (91º).

Dentre as competições de maior prestígio, a Argentina se faz representada, ainda, na ATP Cup (único país sul-americano classificado) e na Copa Davis (torneio onde nossos hermanos disputaram quatro finais – vencendo em 2016 – e figuram como os sextos maiores vencedores, com 39 vitórias e à frente da República Checa, Alemanha, Rússia e Italia).

Enquanto isso, o Brasil tem apenas um tenista no top 100, Thiago Monteiro que é o 84º do mundo. Mas isso não se deve a falta de talentos ou de esforço individual de nossos atletas. Deve-se exclusivamente à falta de apoio oficial ao tênis.

Mas este é só o início da temporada em meio a uma gradativa retomada das turnês. Torcemos para que esta temporada seja menos turbulenta e atípica como foi a temporada passada quando houve a  suspensão dos jogos e instaurou-se um clima de incerteza devido à pandemia COVID-19. Torcemos, também, para que os eventos provisoriamente suspensos ou adiados (como é o caso do ATP Rio Open) sejam reagendados, uma vez que ainda há bastante tempo para a confirmação dos eventos remanescentes e que, finalmente, a vacinação contra o vírus SARS-CoV-2 vem ocorrendo com grande intensidade em grande parte do mundo … menos no Brasil.